MOVAD 2010

sábado, 16 de outubro de 2010

25 ANOS DE MOVAD NA PROVÍNCIA N. SRA. DAS NEVES III


III- O Movad entre um passado e um futuro da Prov. N. Sra. das Neves


Podemos tomar como ponto de partida a realidade que caracterizou os anos 70, os desafios que a Província N. Senhora das Neves enfrentava, como se pode ler no Relatório do sexênio do então Governo Provincial:
A faixa etária da nossa Província constata 65% de nossas Irmãs com as idades entre 50 a 79 anos. Deste modo, faz-se exigências para nós, como imperativo desse processo de desenvolvimento da Província, voltarmo-nos para esses dois Pólos desafiantes à nossa Vida Religiosa: a) as Irmãs idosas e b) a promoção vocacional[1].
Para o item a) foi construída uma parte da Vila Maria entre 1977 e 1978 e para o item b) foi criado o MOVAD que surgiu como:
1 – um dever de toda a igreja;
2 – uma preocupação específica da América Latina, carente de agentes pastorais;
3 – um desafio aos Institutos Religiosos em face ao sensível aumento de vocações ao sacerdócio e à Vida Consagrada hoje.[2]
Trata-se do desenvolvimento da terceira meta do então Governo Provincial no sexênio 1975 –1980: recrutar e favorecer a formação dos Membros[3]. Era um sinal do zelo e o interesse tanto pelas jovens como pelas menos jovens.
Difundiu-se o MOVAD nas nossas diversas comunidades. A Província, através da equipe de formação, coordenou o Movimento Vocacional, realizando periodicamente: encontros vocacionais, dias de oração para vocacionados, retiros, tríduos vocacionais e envio de subsídios e cronograma de atividades para as comunidades, quer nas Paróquias, Colégios e ou para as Obras Sociais. No primeiro triênio de existência do MOVAD, foi realizada uma média de três grandes encontros por ano[4]. A equipe de animação era, na sua maioria, composta pelas junioristas, coordenadas pela Ir. Áquila Vieira de Lucena que era também a Mestra de Noviças.
Segundo o citado Relatório:
Foi realizada uma sondagem com as Irmãs da nossa Província, naturalmente,  onde se constatou que a Promoção Vocacional, como estava sendo feita, era vista, acolhida e sentida como sendo a esperança da Província, como um investimento positivo, um impulso de renovação. Muitas afirmaram que cada Irmã devia sentir-se “responsável”, tornando-se verdadeira agente deste Movimento, fazendo-o tocar para frente, não só pela oração, mas também pela ação. Sim, a primeira vocação a conquistar é a nossa: crer na própria vocação e vivê-la será um grande veículo de propaganda vocacional, pois o testemunho é o elemento mais fundamental de toda Promoção Vocacional[5].
Considerando desde as suas origens e o desenvolvimento que hoje se observa, podemos dizer que o MOVAD foi e é um instrumento de renovação. Pois, a partir do MOVAD, a Província assumiu uma forma mais atual e participativa para dinamizar as vocações.
E agora, ao Celebrar os seus 25 anos de atuação, é possível, sinteticamente, considerar dois aspectos que marcam a sua evolução: num primeiro momento percebemos a concepção da práxis do projeto como um movimento de animação numa época em que o noviciado estava se esvaziando; e, num segundo momento, constata-se uma projeção que vai além da animação, que transcende o animador vocacional para uma comunidade vocacional, meta que ainda se encontra em vias de desenvolvimento e de aprofundamento, pois ainda se faz necessário um maior envolvimento de todos os membros, tendo em vista uma Província de fato toda Vocacional, como pretende e para tal investe o atual Governo Provincial.
Na verdade, não se pode conceber o MOVAD fora de uma época de mudanças, de renovação, de crises de passagem do que era a Vida Religiosa antes e após o Concílio Vaticano II. Logo, o MOVAD é filho de um tempo de crise, ligada a esta história. Ligada a uma sensível flexão numérica dos membros de nossa Família religiosa. Era um tempo de contestações e adaptações exteriores, pessoais, comunitárias e institucionais.
Não se tratava de encher o noviciado para retomar o vigor de outrora, isto seria uma visão pouco histórica e eclesialmente pobre. Era a consolidação de uma determinada presença da Igreja, com enfoque diferente. Estava relacionado com uma possível extinção diante de correntes que abalavam as estruturas tidas como firmes.
Era a transição em que se processava um certo ajuste para estabelecer um maior equilíbrio entre a busca da perfeição e o dom, entre o clericalismo e o carismático, entre a comunidade monástica e a comunidade missionária, entre o que se chamava fuga do mundo e a inserção no mundo.
Refletindo com os critérios da história, vendo o Movad entre o ontem e o hoje de nossa Província, é impossível concebê-lo fora de uma lógica de mudança, de renovação, de crises, de passagem do que era para o que se começava a exigir da Vida Religiosa.
Logo, trata-se de uma atitude nova, de uma nova responsabilidade que deu asas para o que hoje chamamos de Pastoral Vocacional. Portanto, significa mais do que o simples recrutamento como parecia ser, antes de tudo provocava um estímulo para a mudança, para ajudar a emergir a vocação de cada um. Logo, foi e é um serviço àqueles que estão em busca e a todos para que descubram a sua vocação e lhe seja fiel.
Por isto, podemos identificar o MOVAD como sendo um dos sinais visíveis, concretos, de que a Província está viva, caminhando pelas estradas do mundo na tensão entre o ontem e o agora, como uma Comunidade que busca concretizar a sua dimensão Profética.


[1] Cfr. Ibid. Trata-se de um item do relatório Geral dos dois Triênios do Governo de Ir. M. Clemens Santa Cruz Montenegro, onde também a Ir. Áquila Vieira de Lucena, responsável pela Formação, apresenta um relato dos três primeiros anos do Movad.
[2] Ibid. s/p
[3] As Metas eram: 1 – Fomentar a Unidade na Província; 2 – Dinamizar a Vida Comunitária; 3 – Recrutar e favorecer a Formação dos Membros; 4- Realizar e descobrir os valores pessoais. Cfr. Ibid. s/p
[4] Cfr. Ibid. s/p
[5] O sublinhado das palavras encontra-se no texto original.

III- O Movad entre um passado e um futuro da Prov. N. Sra. das Neves

Podemos tomar como ponto de partida a realidade que caracterizou os anos 70, os desafios que a Província N. Senhora das Neves enfrentava, como se pode ler no Relatório do sexênio do então Governo Provincial:
A faixa etária da nossa Província constata 65% de nossas Irmãs com as idades entre 50 a 79 anos. Deste modo, faz-se exigências para nós, como imperativo desse processo de desenvolvimento da Província, voltarmo-nos para esses dois Pólos desafiantes à nossa Vida Religiosa: a) as Irmãs idosas e b) a promoção vocacional[1].
Para o item a) foi construída uma parte da Vila Maria entre 1977 e 1978 e para o item b) foi criado o MOVAD que surgiu como:
1 – um dever de toda a igreja;
2 – uma preocupação específica da América Latina, carente de agentes pastorais;
3 – um desafio aos Institutos Religiosos em face ao sensível aumento de vocações ao sacerdócio e à Vida Consagrada hoje.[2]
Trata-se do desenvolvimento da terceira meta do então Governo Provincial no sexênio 1975 –1980: recrutar e favorecer a formação dos Membros[3]. Era um sinal do zelo e o interesse tanto pelas jovens como pelas menos jovens.
Difundiu-se o MOVAD nas nossas diversas comunidades. A Província, através da equipe de formação, coordenou o Movimento Vocacional, realizando periodicamente: encontros vocacionais, dias de oração para vocacionados, retiros, tríduos vocacionais e envio de subsídios e cronograma de atividades para as comunidades, quer nas Paróquias, Colégios e ou para as Obras Sociais. No primeiro triênio de existência do MOVAD, foi realizada uma média de três grandes encontros por ano[4]. A equipe de animação era, na sua maioria, composta pelas junioristas, coordenadas pela Ir. Áquila Vieira de Lucena que era também a Mestra de Noviças.
Segundo o citado Relatório:
Foi realizada uma sondagem com as Irmãs da nossa Província, naturalmente,  onde se constatou que a Promoção Vocacional, como estava sendo feita, era vista, acolhida e sentida como sendo a esperança da Província, como um investimento positivo, um impulso de renovação. Muitas afirmaram que cada Irmã devia sentir-se “responsável”, tornando-se verdadeira agente deste Movimento, fazendo-o tocar para frente, não só pela oração, mas também pela ação. Sim, a primeira vocação a conquistar é a nossa: crer na própria vocação e vivê-la será um grande veículo de propaganda vocacional, pois o testemunho é o elemento mais fundamental de toda Promoção Vocacional[5].
Considerando desde as suas origens e o desenvolvimento que hoje se observa, podemos dizer que o MOVAD foi e é um instrumento de renovação. Pois, a partir do MOVAD, a Província assumiu uma forma mais atual e participativa para dinamizar as vocações.
E agora, ao Celebrar os seus 25 anos de atuação, é possível, sinteticamente, considerar dois aspectos que marcam a sua evolução: num primeiro momento percebemos a concepção da práxis do projeto como um movimento de animação numa época em que o noviciado estava se esvaziando; e, num segundo momento, constata-se uma projeção que vai além da animação, que transcende o animador vocacional para uma comunidade vocacional, meta que ainda se encontra em vias de desenvolvimento e de aprofundamento, pois ainda se faz necessário um maior envolvimento de todos os membros, tendo em vista uma Província de fato toda Vocacional, como pretende e para tal investe o atual Governo Provincial.
Na verdade, não se pode conceber o MOVAD fora de uma época de mudanças, de renovação, de crises de passagem do que era a Vida Religiosa antes e após o Concílio Vaticano II. Logo, o MOVAD é filho de um tempo de crise, ligada a esta história. Ligada a uma sensível flexão numérica dos membros de nossa Família religiosa. Era um tempo de contestações e adaptações exteriores, pessoais, comunitárias e institucionais.
Não se tratava de encher o noviciado para retomar o vigor de outrora, isto seria uma visão pouco histórica e eclesialmente pobre. Era a consolidação de uma determinada presença da Igreja, com enfoque diferente. Estava relacionado com uma possível extinção diante de correntes que abalavam as estruturas tidas como firmes.
Era a transição em que se processava um certo ajuste para estabelecer um maior equilíbrio entre a busca da perfeição e o dom, entre o clericalismo e o carismático, entre a comunidade monástica e a comunidade missionária, entre o que se chamava fuga do mundo e a inserção no mundo.
Refletindo com os critérios da história, vendo o Movad entre o ontem e o hoje de nossa Província, é impossível concebê-lo fora de uma lógica de mudança, de renovação, de crises, de passagem do que era para o que se começava a exigir da Vida Religiosa.
Logo, trata-se de uma atitude nova, de uma nova responsabilidade que deu asas para o que hoje chamamos de Pastoral Vocacional. Portanto, significa mais do que o simples recrutamento como parecia ser, antes de tudo provocava um estímulo para a mudança, para ajudar a emergir a vocação de cada um. Logo, foi e é um serviço àqueles que estão em busca e a todos para que descubram a sua vocação e lhe seja fiel.
Por isto, podemos identificar o MOVAD como sendo um dos sinais visíveis, concretos, de que a Província está viva, caminhando pelas estradas do mundo na tensão entre o ontem e o agora, como uma Comunidade que busca concretizar a sua dimensão Profética.

                                                           Por      Ir. Vilma Lúcia de Oliveira, FDC

[1] Cfr. Ibid. Trata-se de um item do relatório Geral dos dois Triênios do Governo de Ir. M. Clemens Santa Cruz Montenegro, onde também a Ir. Áquila Vieira de Lucena, responsável pela Formação, apresenta um relato dos três primeiros anos do Movad.
[2] Ibid. s/p
[3] As Metas eram: 1 – Fomentar a Unidade na Província; 2 – Dinamizar a Vida Comunitária; 3 – Recrutar e favorecer a Formação dos Membros; 4- Realizar e descobrir os valores pessoais. Cfr. Ibid. s/p
[4] Cfr. Ibid. s/p
[5] O sublinhado das palavras encontra-se no texto original.

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